"....eu já ensinei como se resolve e quem tem de resolver é vocês, senão, se fosse para eu resolver, que graça tinha ? "
Parte do diálogo de um conto de João Ubaldo Ribeiro. Creio que resume no texto do conto o que acredito vale para quem quer ensinar e para quem quer aprender.
Lembro sempre do meu passado de empresário que, quando precisava de funcionários para as novas filiais que montávamos, excluía dos candidatos que se apresentavam aqueles que diziam já conhecer a atividade.
Procurava sempre alguém que realmente queria emprego, trabalhar e aprender. Quando estava convencido disto, me era fácil ensinar a atividade como a queria exercida. Tinha então alguém disposto a aprender e progredir e não quem já se acreditava sabedor.
Parece preciosismo, mas quem se der o trabalho de pensar sobre o assunto constatará inevitavelmente toda a diferença que faz a visão do assunto por outro angulo.
......"se fosse para eu resolver, que graça tinha........"
O ato de ensinar, treinar alguém que isto quer além de mais prazeroso produz resultados sensivelmente mais importantes. O querer deve ser de ambas as partes. O objetivo comum produz toda a diferença.
Ai então "está a graça" que o personagem de Ubaldo fala.
Vale para cada um de nós todos, inclusive este "escriba amador" que produz seus textos diários pela "graça que sente em escrever".
RICARDO garopaba BLAUTH
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