Estou no espaço de criação de um amigo artista. É uma bagunça generalizada onde este circula com naturalidade e tudo sabe encontrar. Adoro lugares assim, mas organizado que sou não consigo começar seja o que for se não houver o mínimo de ordem inicial.
A bagunça que naturalmente acontece acaba por me travar. Até para lavar louça depois de cozinhar, preciso organizar antes o que vai ser limpo.
Adoro organizar coisas, mas depois de feita a organização, qual criança procuro algo novo sempre inquieto, procurando.
Sou imperfeitamente perfeito ou perfeitamente imperfeito.
Garimpar, procurar, fazer fazendo, deixar fluir o que vem a seguir, me faz bem e por vezes me perco nestes paradoxos. Não me fascina rotinas e sim o fazer, criar espaços, organizar e reorganizar.
Agora sentado confortavelmente no espaço do meu criativo e ativo amigo, escrevo estas sensações. Lugar onde circula muita gente, a confiança que este amigo tem que nada que não deve será removido ou levado é total. Quem por lá circula, lugar totalmente diferenciado e artístico, tem discernimentos e senso de responsabilidades. Caso contrário nem lá estaria ou para lá vai voltar.
Pouso do Tapeceiro, onde o imprevisto é gestionado pelo Henrique que tece suas tramas e tapeçarias convivendo com momentos, hóspedes, convidados, alunos, amigos, materiais e situações novas a cada instante.
É uma deliciosa bagunça.
RICARDO garopaba BLAUTH
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