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terça-feira, 11 de novembro de 2008

TURMA DE 1958

Estou chegando de viagem e encontro a caixa de correspondência cheia. O carteiro trabalhou bastante. Uma logo me chama a atenção. O remetente me enviou imediatamente ao passado. Carlos Lichtler envia uma carta convocando uma reunião da turma de Técnicos em Contabilidade de 1958.
Meio século, minha gente. Sou técnico formado a cinqüenta anos de algo que já esqueci, talvez logo depois de receber o certificado. Obrigado Carlos, por se lembrarem de mim.
Eu pessoalmente nunca me esqueci da turma. Isto não. Tenho boa memória visual e péssima para nomes. Passados cinqüenta anos, juro que não sabia que já fazia tanto tempo que estudamos juntos, pois ainda me lembro dos rostos, de acredito, quase todos, que estudaram três anos comigo como colegas e da maioria dos que foram nossos professores.
Curso noturno, pois comecei a trabalhar logo depois de terminar o então ginásio.
Já tinha, desde maio de 1954, namoro firme com a que viria ser minha esposa e companheira até hoje.
Meu trabalho diurno era nas farmácias Mercúrio em que meu pai era sócio, aprendendo assim um ofício que viria a ser minha independência econômica e financeira no futuro. Não sabia disto na ocasião.
O estudo era a noite, pois penso que Técnico em Contabilidade era o único disponível neste horário e eu tinha, inconscientemente, sede de aprender, de me comunicar, ter contato com gente, com novas coisas, com desafios. Como até hoje.
Pessoal, não aprendi nada em contabilidade. Detesto até hoje, burocracias (quase escrevi com dois RR). Lembro sempre meu pai que dizia, quando depois empresários fazíamos o inventários das farmácias que ajudei a fundar –
Droga Rio Farmácias, da qual me auto-aposentei em 1986. Dizia meu pai naquelas ocasiões:
“pra que fazer um balanço ??? Basta separar de lado o que tínhamos quando começamos, o resto é lucro..!!!!!!”
Não aprendi nada em contabilidade, repito, mas adquiri nestes três anos, determinação, esforço, em não ter medo de errar e fazer de novo e de novo até acertar. Tive bons, excelentes colegas, que se tornaram amigos e que me ajudavam nas minhas dificuldades nas burrocracias (desculpe pessoal - escapou).
Lembro-me de professores medíocres, que “davam” aula lendo o livro da matéria. Era fácil tirar 10. Bastava colar integralmente o que estava no livro, inclusive as vírgulas. Boas lembranças de outros com o Prof. Kurt Waltzer (será que era assim seu nome ?) que nos ensinava estatística. Acredito por ser matéria de Lógica e Desenho. Como eu gostava de fazer aqueles desenhos geométricos que coloria com alegria. Eram gráficos eu sei, mas acredito que inconscientemente nascia por ali o fazedor de “artes” que sou hoje.
Mas de quem mais me lembro é do Irmão Nilo, com sua batina de Irmão Marista bem surrada. Sua enorme e bondosa figura, um semi-sorriso permanente em seu rosto. Apaguei da memória a matéria que ele ensinava, pois acredito que era Contabilidade. Mas lembro até hoje quando, esquecendo o que devia lecionar, o Irmão Nilo começava a FILOSOFAR e dar lições de vida que estão em mim impregnadas até hoje.
Pessoal da Turma de 58. Vou fazer o possível para sair do paraíso que é GAROPABA-SC onde hoje moro e onde faço ARTE & PALAVRAS, para repartir novamente com todos que estiverem no encontro minha alegria de viver e compartilhar com TODOS o meu prazer de ser e fazer o que hoje sou. Sem buRRocracias.
Sei que da minha turma de 58 saíram muitos que são hoje expoentes na profissão. Tenho orgulho de ter sido deles colegas. Espero que a recíproca seja a mesma. Com saudades de todos, um muito obrigado pela oportunidade de escrever estas palavras.

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