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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

FAZER O BRINQUEDO É PARTE DA BRINCADEIRA

Estou lendo um autor que me foi recomendado. Roman Rolland, que em 1915 recebeu o Nobel de Literatura. Desconhecia completamente o nome e/ou alguma obra do mesmo. O personagem da trilogia deste autor que comecei a ler é Jean-Christophe, que segundo a orelha do livro um, viria a se tornar um gênio musical.
Já no primeiro capitulo o personagem mostra a que veio. Viaja mentalmente desde a primeira infância,. Criança imaginativa que, pelas palavras do autor, aproveita qualquer oportunidade para brincar.
Hoje mundo está no início do fim da fúria consumista que ameaça o planeta.
Ensinar as crianças a construírem seus próprios brinquedos é um excelente começo. A criança valoriza mais aquilo que ela própria conquistou, prazerosamente.
Quem diz isto é minha criança interior que relembra a própria infância. Latas velhas, pneus usados, arcos de ferro velho, cordas, pedaços de madeira, papelão, telhas descartadas, qualquer coisa servia para a criança imaginativa. Câmeras usadas de pneu de bicicleta, cortadas em tiras davam excelentes esticadores para as fundas ou estilingues que fazíamos com forquilha cuidadosamente escolhida nos matos ao redor da casa. Rolamentos usados eram cuidadosamente engraxados, colocados em varas de madeira, formando os eixos sobre os quais se prendia uma taboa selecionada, cortada e lixada, para fazer nossos carrinhos de lomba. Morros da vizinhança eram preparados para descer em competições ou por puro prazer.
Para fazer uma pandorga, como chamávamos as hoje conhecidas pipas, colecionávamos papeis, preparávamos varetas de taquara, muita corda, mais cola caseira feita de polvilho. O prazer começava com a vontade, com o desejo de fazer voar a nossa pandorga. Não havia pandorga pronta. Cada um era o artesão da sua. O rabo da mesma era feita com panos velhos que a mãe cedia.
Adultos, pais hoje, não se permitem prazer de ensinar e brincar com seus filhos e sua criança interior.
Experimente fazer um balanço que voe bem alto, fazendo seus pés atingirem as nuvens.
Não tem stress que resista às gargalhadas que brotam espontâneas.
Nenhum brinquedo pronto substitui o prazer do fazer, criar, inventar. Fazer o brinquedo é parte da brincadeira.
Mesmo que seja coisa séria como atravessar o Atlântico remando sozinho como Amyr Klink, ou provar na prática teses como Thor Heyerdahl que convidou mais amigos e construiu uma jangada no Peru, que as correntes levaram a Polinésia, provando assim sua tese.
Exemplos não faltam de que mais e mais adultos estão deixando aflorar a sua criança interior.
Basta ver nos documentários de pesquisadores que reconstroem projetos as vezes milenares.
Muitos, entretanto, insistem em comprar pronto, se privando do prazer do fazer.
Do se permitir errar para acertar fazendo.
Solte, liberte, de asas à sua criança interior. O prazer de ver funcionando, uma coisa na qual você colocou a mão na massa, só é permitindo a quem o faz. O desafio de realizar pelo simples do fazer.
Sua criança interior vai lhe dar uma alegria que você acreditava ter perdido.

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