segunda-feira, 22 de março de 2010
JANELA DE PENEDO
JANELA DE PENEDO
A beira de um afluente do rio São Francisco no estado de Alagoas a cidade de Penedo deixou boas lembrança da viagem de quatro meses pela costa do Brasil em 1987. Lembro como se fosse ontem o casario histórico da cidade. Lembro também o passeio de barco com enorme vela marrom e quilhas laterais características dos barcos da região. Lembro o almoço com carne de jacaré que desconhecíamos até então.
A lembrança surgiu agora, pois minha filha Simone (Bala) Blauth e seu marido Ita Kirsch estão numa expedição fotográfica pela costa do |Brasil colhendo material para seu terceiro livro. Recebi email de lá há poucos minutos e instantaneamente me veio à mente as imagens que captei das quais uma está ai acima. A cena rendeu gravuras pochoir das quais destaco esta.
Viajar rende frutos que permanecerão conosco. Lembranças, mesmo esmaecidas, retornam à mente e devagarinho outras vão surgindo. Viajar, seja como for, proporciona às mentes atentas material para fazer nossos neurônios trabalharem. Como chegam agora à minha lembrança fatos e episódios acontecidos há trinta e três anos ? Estavam lá guardados por terem sido importantes e por isto não deletados. Sabe-se que nossos neurônios reconhecem padrões, preferências e guardam o que um dia será novamente útil e apagam definitivamente o resto.
Aconteceu agora. Janelas de Penedo. Boas lembranças, inclusive de episódios que são normais numa viagem de carro com reboque e barraca, tão longe, por tanto tempo. Quebras são naturais. Uma “segurou” o carro por um par de dias em Penedo, esperando peça de reposição. Vê-se agora foi providencial, pois ao invés de aborrecer rendeu passeios, refeições inesquecíveis e material para obras que pintei.
Que novas janelas surjam para instigar textos. Gostaria de saber como está o garoto que estava na janela que pintei. Deve ter seus filhos, hoje talvez não mais em janelas, mas a frente dum computador. O passarinho da gaiola certamente já foi substituído por outro. Prefiro então manter na memória a Janela de Penedo como a pintei.
RICARDO garopaba BLAUTH
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