SUPERFICIAL

Pouco profundo, que fica na superfície, que não aprofunda os assuntos, que os observa ligeiramente, por alto, sem meditar, e por ai vai o que o dicionário diz a respeito desta palavra SUPERFICIAL.

Quantos de nós já pararam para pensar sobre isto? Superficialidade parece ter se tornado lugar comum no dia a dia atual. A velocidade com que fatos, noticias, novas tecnologias e conhecimentos estão ocorrendo só faz aumentar aqueles que preferem não aprofundar suas idéias e conhecimentos. Cada vez mais estamos descartando a oportunidade de pensar, de viver.

Entretanto duvido que você não conheça alguém que tenha passado por uma ou mais situações que deveriam nos fazer parar um pouco e pensar no assunto. Por que não aproveitar a oportunidade e se aprofundar. Vá visitar um amigo recém operado e leve sua alegria em vê-lo se recuperando. Quantos estavam “desenganados” e conseguiram sobreviver e voltar a vida normal. Medite. Pense no milagre da vida de tantos que por pouco não a perderam. Não só por doenças, mas por acidentes, catástrofes. Converse sobre o assunto com seus amigos. Levante o tema na sua classe escolar, no seu grupo de estudos, numa reunião empresarial.

Se você é encarregado de tomar decisões, tomar consciência de que existe algo mais do que pode ser visto superficialmente, fará enorme diferença na sua vida e de muitos. O mundo em torno de você vai melhorar. Rompa a superfície, não espere, faça.

Aproveito para recontar o que já escrevi em outra crônica. Um grande e poderoso empresário vivia seus últimos momentos, vitima de doença em fase terminal. Estava cercado de tudo que a ciência médica e seu dinheiro podiam oferecer. Tentava recordar seus saldos bancários, seus carros, empresas, seu poder econômico. Tentava isto com todas as suas forças restantes, mas a única coisa que lhe ocorria é o quanto necessitava naquele momento de um abraço, de uma mão amiga segurando a sua, o rosto de um amigo sincero ao seu lado.

A superficialidade com que muitos vivem sua vida faz com que se aprofundem em bens e poderes que nada valem na hora da verdade. Quantos se escondem atrás de valores que podem ser medidos, pesados, comprados e vendidos. Quase todos, superficialidade.O que está bem abaixo da superfície é que nos dará o sustento que necessitamos sempre.

Para fugir da superficialidade precisamos de pais que transmitam estes valores a seus filhos através de exemplos e diálogos. Fazer com que filhos sentam prazer em assimilar conhecimentos verdadeiros de gerações anteriores. Precisamos de empresários conscientes de seu papel na sociedade humana, de empregados para os quais foi mostrado que trabalham para si próprios prestando serviço a quem os contratam. Valores que estão bem abaixo da superfície em que a maioria insiste em “viver”.

Se cada um de nós reconhecer sua própria importância no todo, a superfície se abrirá e poderemos ver o quanto podemos nos aprofundar, se beneficiar deste mergulho nas profundezas do conhecimento, das emoções, dos sentimentos.

Felizes de quem tem amigos que são nossos espelhos da alma. Que nos dizem não o que queremos mas que precisamos ouvir. Que são a mão sempre presente, a palavra correta a nos dar apoio. Amigos que por forças das circunstâncias,mesmo distante fisicamente, estão conosco em espírito.

Aprendamos logo a romper superficialidades. Aprendamos a amar a nós mesmos para ter o que repartir.