Quando se fala em crise a primeira idéia que vem à mente é o sofrimento. Quem diz isto é o médico psiquiatra Paulo Gaudencio. Crise é um termo médico que define o momento decisivo. Vida ou morte. Aprendi com um Professor psicólogo, Ernest Sarlet, de saudosa memória, que crise é uma palavra que todos devemos reverenciar. Ela pode mudar nossa vida. Na direção que permitir-mos.
Ninguém sai impune de um a crise. Cabe a nós decidir para que lado iremos.
Diagnosticado o problema, seja ele financeiro, afetivo, estrutural, administrativo, ou outro qualquer, descobriremos logo que teremos que fazer escolhas. Escolhas certas nos conduzem a soluções, ficar parado fatalmente nos levará ao “fundo do poço”.
Crise é para sempre. Fazer ou não fazer as escolhas é particular. Indecisões geram angustias e ansiedades o que é perfeitamente normal. Desde crianças tomamos decisões, agimos, testamos nossos limites e forças. Quem não os faz ou recebe super-proteção maternal ou paternal está formando e desenvolvendo uma crise que fatalmente virá à tona algum dia.
Crises existem e sempre existirão. Podem ser nossas, pessoais. Mortes, perda de emprego ou negócios, situações afetivas ou amorosas. Podem ser causadas por fatores externos, fatalidades além da nossa compreensão. Qualquer que seja o caso é necessário caminhar, seguir em frente, não ficar parado. Não afogar ou tentar esquecer o problema, mas administrar e procurar soluções. Enquanto caminha, seguir vivendo, ficando atento à novas oportunidades que certamente se abrem a nossa frente.
Na devemos nunca esconder a dor e sim trabalhar a perda. Crises são e sempre serão saudáveis. Depressão, palavra tão rapidamente usada nos dias de hoje não são causadas por apenas um fato isolado, mas pela soma sucessiva de pequenas coisas não resolvidas ao longo do tempo. Pequenas coisas quando ocorreram, mas que se somaram as outra e outras até um ponto em que angustiados e ansiosos nos imobilizamos.
A agressividade natural, bem administrada é fundamental para evitar ou solucionar crises. Aprender a brincar não brigar, aprender como crianças em se concentrar no fazer prazeroso, se tornar auto confiante testando limites. Respeitar o medo e não dele fugir, não transferir responsabilidade, “culpas”. Viver para si e não para os outros.
Ter amigos, aqueles que poucos que falam para mim e não de mim. Amigos verdadeiros são o espelho do que somos por dentro. Amigos de amizade mutua e verdadeira que não nos põe no colo, mas falam a verdade.
Não peça nunca conselhos de como agir, pois você é dono de si mesmo. Não tenha medo de se desestruturar, você sairá melhor depois da reestruturação. Idéias caminham e estruturas fixas ficam para trás, envelhecem e endurecem novas possibilidades. Desestruturar sempre e sempre reestruturar. Não tenha medo de mudanças. Quem não quer mudar nada vai ficar pelo caminho, afetiva ou profissionalmente.
Crise é o impasse entre o querer e o não querer. Pense nisto e feliz caminhada.
Obrigado pela companhia. Apareça sempre.
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