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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

FOI CHAMADO DE POETA

Quando pela primeira vez foi chamado de poeta o sentimento que sentiu foi estranho. Não sabia o que fazer com o que lera em email recebido. Nunca se deteve sobre o assunto. Tentara diversas vez ler poesias, mas achava enfadonho, sem graça. Comprara até livros de poesia, outros recebera, e não conseguiu ler. Parecia sopa insossa, algo que representava uma perda de tempo, algo que não o tocava. Porque então tentava ler ? Porque comprava livros de poesias, porque os recebia ? Um dia se deu conta que amava poesia sim, mas poesia que ouvia cantada, não lida, poesia que via, que enxergava num pássaro voando, numa borboleta saindo do casulo, num sorriso infantil e puro duma criança fazendo castelos de areia. Descobriu extasiado que poesia é viver plenamente, sentir prazer em fazer o que gosta, seja o que for. Descobriu que quando criança deixava seus dedos passearem sobre as páginas do Livro de Poesias do Tesouro da Juventude. Descobriu que poesia é ver algo que está ali e somente ele pode ver. Lembrou que Adélia Prado certa vez disse que tinha medos sim. Medo de um dia olhar para uma pedra e ver somente....uma pedra. Lembrou também que Fernando Pessoa teve que criar personagens para que estes dissessem coisas nas quais ele não acreditava, mas que insistiam em sair. Seus heterônimos são inúmeros, talvez o único escritor que os fez. Um deles, Ricardo Reis é o seu preferido e não precisa ler tudo, as vezes apenas um pequeno trecho faz sua alma voar, qual criança que no seu balanço chuta o ar, joga os pés ao alto, dá ponta pés na nuvens e sente dentro de si toda plenitude do viver. Por tudo isto hoje vê e reconhece que poeta todos somos. Alguns não o sabem. Este ser de que falo libertou a criança dentro de si e deixou-a livre para que se expresse como quiser. Se isto é poesia, disse-me ele, então me rendo.


RICARDO garopaba BLAUTH

3 comentários:

Selena Sartorelo disse...

Olá Ricardo,

Há muito tempo acho que parei de ler, e ao mesmo tempo nunca li tanto. Quando um dia pensei em escrever achava que tinha um mundo novo descoberto. Pura ilusão quando me deparo com tal descrição, que revela a poesia que sempre sentiu mas que nunca escreveu. Minha poesia não define sua palavra ela a senti como sua.Obrigada pela facilidade com que se faz o poeta. A dor que antes e sempre será necessária também pode ser alegria, se dita com sinceridade pode até trazer melancolia. Quando ouvi pela primeira vez alguém isso me dizer, rí do pouco que sei.

Abraços e obrigada por tudo.

ricardo garopaba blauth disse...

Alo Selena Sartorelo

Feliz poeta ficou
Por sensibilidade que se aguçaram
E que espera nunca morram

Abrs
Ricardo GAROPABA Blauth

Sueli disse...

Não sei se somos todos poetas, mas sei que quem o é, consegue ver poesia no vôo de um pássaro, na metamorfose de uma lagarta ou no sorriso de uma criança. Só um poeta consegue, tal qual criança, chutar o ar e dar pontapés nas nuvens... Lindo post, meu amigo poeta! (Ah! sinto falta das imagens nos seus textos...). Abração!