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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

SAUDADE


“A saudade é uma rosa antiga, sem espinhos, guardada num livro esquecido num canto da prateleira... assusta quando a vemos, mas enternece quando a sentimos envelhecendo conosco...” Esta é uma frase de uma pessoa amiga, Juliana Alles de Camargo de Souza, com quem de tempos em tempos, mantenho correspondência.
Juliana, comentava e revisava texto meu para um projeto, quando, durante a correspondência, escreveu a frase acima que reproduzo novamente:
“A saudade é uma rosa antiga, sem espinhos, guardada num livro esquecido num canto da prateleira... assusta quando a vemos, mas enternece quando a sentimos envelhecendo conosco...” Todos alguma vez já ouviram que Saudade é um conjunto de letras que forma uma palavra da língua portuguesa que dificilmente será traduzida em qualquer outro idioma em uma única palavra ou símbolo. A palavra em si já é poesia pura além de ser um feminino substantivo.
Qualquer um de nós, independente de idade, condição social, financeira ou de estudos, já sentiu Saudades, seja isto o que for. Tendo que descrever o sentimento certamente não saberia expressar corretamente.
Sinto permanentemente Saudades do que já vivi e estranhamente do que espero ainda viver. Quando escrevo tenho a pretensão de compartilhar os momentos que me fizeram chegar até aqui. Compartilhar experiências que possam ajudar a quem quiser ler ou ouvir. Repartir conhecimentos que colecionei neste percurso.
Me assusto, como diz Juliana na sua frase, quando vejo o tempo passando inexoravelmente, mas me enterneço quando vejo a possibilidade de envelhecer compartilhando conhecimentos, colocando luz nas coisas simples possíveis, sendo otimista quanto ao ser humano que quer aprender, que quer exemplos positivos, que anseia em viver num mundo melhor.
Quase septuagenário, sinto a criança interior ansiosa, brincalhona, conversadeira, cheia de idéias, planos, conduzindo meus passos e neste momento movendo meus dedos no teclado.
Aprendi quando jovem, com um velho-criança, médico de sucesso, ainda clinicando na companhia do filho e neto também médicos, uma lição extraordinária que não canso de contar, sobre o valor extraordinário de ser idoso.
Na ocasião eu era propagandista de uma multinacional de medicamentos e visitava mensalmente este médico. Todos gostavam dele.Super inteligente,em suas “tiradas” espirituosas, transformava a visita profissional que lhe fazíamos num evento prazeroso. Numa ocasião fiz-lhe uma pergunta audaciosa. “O senhor com toda sua jovialidade não gostaria de voltar a ter menos idade?”. Ele surpreso olhou-me fixamente , demorou a responder para ver se todos que estavam presentes tinham ouvido a pergunta e estavam atentos para a sua resposta. Perguntou então: “Como é seu nome?”. Respondi Ricardo. “Qual é sua idade?” Creio que eram 22 anos na ocasião. “Pois Ricardo, eu tenho 88 anos e estou aqui conversando com vocês, tendo vivido todos este anos prazerosamente. Você não sabe se vai ter 23.”
Sempre me lembro de suas sábias e alegres palavras. Para não ficar velho fisicamente, só morrendo jovem. Para ficar idoso somente no corpo, basta conservar a criança em nosso interior. Cultivar “Saudades” ? Sim.
“A saudade é uma rosa antiga, sem espinhos, guardada num livro esquecido num canto da prateleira... assusta quando a vemos, mas enternece quando a sentimos envelhecendo conosco...” Mas se enterneça, ria, brinque, role no gramado do tempo, faça castelos na areia, construa um balanço bem forte e alto, alcance as nuvens com os pés.
Obrigado Juliana por tua frase inspirada. És a amiga que todos deveríamos ter. És a professora que cada criança quer.

2 comentários:

Lília Abreu disse...

Bem vou ter que cá voltar, com tempo.
Saudade... é uma palavra portuguesa, dificil de traduzir...
um beijinho Ricardo
PS (até 2ª vou andar num virote)

Anônimo disse...

alo Lilia

saudade é uma das mais bonitas palavras da nossa lingua......

virote?????
esta palavra não conheço