RESSACAS

Acostumei-me a consultar o dicionário quando pretendo falar de algo. Há muito quero escrever sobre as ressacas que tenho e para minha surpresa este não descreve as sensações que sempre chamei de “ressacas”.

Quando volto de viagens, quando chego de programas ótimos, quando alcanço êxitos em projetos ansiosamente esperados, quando tenho objetivos alcançados, quando volto da visita de um novo neto, sinto “forças” que me pedem para nada fazer aquele momento ou nos dias posteriores, como se acometido de tremenda ressaca.

Hoje em que tento mais escrever que falar, estou “descobrindo” que são meus neurônios que precisam de um tempo para assimilar tudo que aconteceu e se “rearranjarem”, se reorganizarem como um computador pedindo desfragmentação. A idade que atingi ajuda e necessita do “descanso” antes de partir para outros olhares.

Será a famosa sabedoria que dizem a velhice proporcionar graciosamente se não a ela nos indispusermos ? A idade biológica do corpo deve ter suas compensações e otimista que sou esta deve ser uma delas.

O tipo de ressaca que falo é bom e cada vez mais me permito usufruir sua sensação pelo lado positivo.

Viajar quero cada vez mais, sonhar e projetar realidades idem, conhecer gentes culturas novas também. Tudo com o tempo que está a nossa disposição enquanto o prazo de validade estiver em vigor.

Viva ressacas que não estão no dicionário. O velho/guri tem o tempo já usufruído a seu favor e um outro desconhecido a descobrir.

RICARDO garopaba BLAUTH