UM FOGO SEMPRE ACESSO

Quem escreve, lê, sabe conversar e ouvir tem um fogo sempre acesso pronto para sair.

Foi o que me lembrou vendo uma imagem de lápis prontos a escrever palavras, soltando chamas como se velas fosse.

Grafite por madeira circundado, ponta afiada pronta pra seu ofício. Sozinho não pode nada, precisa de uma mão que segure, guie sua ponta que vai deixando atrás de si recados pra um momento que ainda não existe.

Mas o rastro que vai deixando em palavras que vão se formando, contam coisas, relatam casos, registram fatos, constroem projetos saídos de sonhos.

Não precisa ligar, basta qualquer superfície sobre a qual possa deixar uma parte de si. De tempos em tempos fazer ponta aparecer de novo para escrever, desenhar.

Pequeno ou um simples “toco”, dura muito. E quando se acaba ao lado outro está pronto para a tarefa continuar.

Para ver o que fez nada precisa ligar. Olhos curiosos podem vezes sem conta reler, ver e rever, emoções renovar e se for o caso respostas mandar.

Um simples lápis, dirão alguns, mas duvido que dentro de cada um não exista um poeta que se lembrará para sempre que em algum momento no passado já algum utilizou.

RICARDO garopaba BLAUTH