UM AMIGO ALÉM MAR
Além mar para os desavisados quer dizer doutro lado do Atlântico que é
nossa fronteira a leste.
Se chama Jorge, nome comum, mas uma excelente pessoa, que por estas coisas da vida se tornou meu
AMIGO e com quem tive o prazer e alegria de conviver pessoalmente.
Como todo ser criativo é ansioso e apaixonado pelo fazer e acontecer.
Quem nos aproximou e apresentou foi meu MESTRE blogueiro, Eduardo “Varal
de Idéias”, hoje, além de outras coisas, escritor e.......editor, veja só.....
e ainda por cima mostrando o passarinho na capa do livro sensacional que
escreveu.
Mas estou a fugir do assunto, que é o Jorge, “portuga “ dos bons, inteligente como só
podem ser os seres ultra dotados.........
Escreveu um texto irônico e elucidativo dum momento acontecido há dois
mil anos atrás, segundo historiadores da época.
Pra que explicar. Melhor ler e chegar sozinho a conclusões.........
Abraços a todos neste “natal” esperando que cada um tenha a sorte de
encontrar o “seu jorge pessoal”.
ricardo garopaba blauth
O burro tem sido uma das figuras mais
esquecidas e desprezadas de todo o presépio. A vaca, os carneirinhos, até os
camelos atingiram dimensão bíblica. O burro, porém, não passa de figura de
estilo remetido a um silêncio hipócrita pelos exegetas do Novo Testamento,
talvez por recearem comparações menos felizes com a sua própria inteligência.
Fomos encontrar o burro amargurado a
retouçar um par de cenouras, tristonho e revoltado com este esquecimento
evangélico. A entrevista foi rápida e esclarecedora.
“Em verdade vos digo. Fui eu que transportei a Senhora e José à urgência do hospital de Belém. Ela estava muito grávida há uma série de meses. Aquilo acontecera de repente. Os vizinhos diziam que ela concebera sem pecado e olhavam de lado para José. O pobre carpinteiro andava com a cabeça cada vez mais pesada e, em desespero, pregava pregos à toa em qualquer madeira que lhe aparecia à frente. Naquele dia de Agosto fazia um calor de rachar. O Natal já fora há muitos meses, A Senhora berrava. José, histérico, corria de um lado para o outro e só conseguia balbuciar “valha-me a Virgem Maria, valha-me a Virgem Maria”. O hospital fervilhava de agitação. Parei em contra mão. José corria desaustinado: “ai minha Virgem Maria, ai minha Virgem Maria”.À falta de melhor registaram a Senhora como Virgem Maria. O miúdo nasceu nas calmas. Veio logo a falar três línguas: aramaico, latim e grego clássico. Um sobredotado! Cá fora os familiares da Senhora estavam impedidos de entrar. Eram palestinianos. Um ainda se fez explodir de satisfação... José nunca mais foi o mesmo. O miúdo começou rapidamente a mandar lá em casa. A Senhora deixava-o fazer o queria. José não tinha mão nele. Ainda adolescente apanharam-no a andar sobre a água. Outra vez multiplicou os pães. Só disparates. Foi demais. Acabou internado num colégio Essénio. Pior não podia ter sido. A partir daí começou a falar na terceira pessoa e a pregar no deserto. Claro que as insolações não lhe fizeram nada bem. Um dia em que estava mais desidratado entrou num templo e atirou-se aos vendilhões. Partiu a loiça toda. O resto já todos sabem. O rapaz meteu-se na política e acabou mal. No Médio Oriente a política acaba sempre mal!”
O burro calou-se surpreendido por ter falado tanto. Lá atrás o presépio canta gloriosos hinos de louvor em alemão, entre estrelas prateadas made in Taiwan. Pessoas aos magotes sorriem a crédito na euforia das compras. É Natal para toda a gente. Só o burro sabe que não!
“Em verdade vos digo. Fui eu que transportei a Senhora e José à urgência do hospital de Belém. Ela estava muito grávida há uma série de meses. Aquilo acontecera de repente. Os vizinhos diziam que ela concebera sem pecado e olhavam de lado para José. O pobre carpinteiro andava com a cabeça cada vez mais pesada e, em desespero, pregava pregos à toa em qualquer madeira que lhe aparecia à frente. Naquele dia de Agosto fazia um calor de rachar. O Natal já fora há muitos meses, A Senhora berrava. José, histérico, corria de um lado para o outro e só conseguia balbuciar “valha-me a Virgem Maria, valha-me a Virgem Maria”. O hospital fervilhava de agitação. Parei em contra mão. José corria desaustinado: “ai minha Virgem Maria, ai minha Virgem Maria”.À falta de melhor registaram a Senhora como Virgem Maria. O miúdo nasceu nas calmas. Veio logo a falar três línguas: aramaico, latim e grego clássico. Um sobredotado! Cá fora os familiares da Senhora estavam impedidos de entrar. Eram palestinianos. Um ainda se fez explodir de satisfação... José nunca mais foi o mesmo. O miúdo começou rapidamente a mandar lá em casa. A Senhora deixava-o fazer o queria. José não tinha mão nele. Ainda adolescente apanharam-no a andar sobre a água. Outra vez multiplicou os pães. Só disparates. Foi demais. Acabou internado num colégio Essénio. Pior não podia ter sido. A partir daí começou a falar na terceira pessoa e a pregar no deserto. Claro que as insolações não lhe fizeram nada bem. Um dia em que estava mais desidratado entrou num templo e atirou-se aos vendilhões. Partiu a loiça toda. O resto já todos sabem. O rapaz meteu-se na política e acabou mal. No Médio Oriente a política acaba sempre mal!”
O burro calou-se surpreendido por ter falado tanto. Lá atrás o presépio canta gloriosos hinos de louvor em alemão, entre estrelas prateadas made in Taiwan. Pessoas aos magotes sorriem a crédito na euforia das compras. É Natal para toda a gente. Só o burro sabe que não!
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