UMA ESTRANHA MANHÃ



Sentado no fórum de Imbituba, aguardo ser chamado para testemunhar a favor de Sadi Lando, artista plástico como eu.

Nos conhecemos há muitos anos a partir de uma visita do Sadi a exposição que durante o verão mantemos junto a nossa casa de hospedes.

Na ocasião o Lando quis falar comigo sobre o meu trabalho e desde aquela ocasião nos encontramos quando surge oportunidade para falar de arte.

Morando em São Paulo, Lando tem profundo conhecimento e trânsito no meio artístico. Falante como eu nossos encontros me são extremamente prazerosos.

São Paulo é um mundo a parte, dentro do Brasil e gosto de lá estar alguns dias e depois voltar e valorizar ainda mais a tranqüilidade de Garopaba.

A manhã se tornou atípica para mim, pois estou abismado com o que algumas pessoas julgam que é possível imaginar possível.

Fatos absurdos e inverídicos sendo apresentados sem o menor pudor e a reclamante aparentemente acreditando no que afirma.

Por natureza sou otimista e me entristece ver absurdos. Acredito em simplicidade e verdades comprováveis.

Espero que até meu prazo de validade vencer, situações com a desta manhã não se repitam.

Escrevo para me ocupar até ser chamado a depor. Por incrível que pareça a pessoa que reclama na justiça algo ilógico do Lando tenha conseguido três testemunhas para a inverdade do fato reclamado.

Até que ponto chega o ser humano. Apesar do que for decidido continuarei a acreditar que o ser humano é basicamente bom.

No final o juiz deu por encerrada a sessão, sem que fossemos chamados, pois declarou que estava com opinião formada.

Como o valor reclamado era, como todo resto absurdo, mais as contradições totais, acredito que o juiz chegou a conclusão obvia.

Acredito em que todos são inocentes até prova em contrário. Voltarei ao assunto na decisão final do juiz a ser apresentada adiante.


Ricardo GAROPABA Blauth