Poucos têm o privilégio de ter mais de setenta anos e ter viva sua mãe. Sou um destes felizardos. Me lembro dela não somente quando os apelos comerciais insistem que a honremos com algo que faça barulho na registradora. Nada contra dar algo comprado para aquela que nos deu vida. Mas gosto de pensar na palavra PRESENTE de outra forma. Gosto de saber que as pessoas que não só o ofertam no dia do aniversário, natal ou datas festivas, mas também noutros dias quando a lembrança de quem amamos faz um sorriso de amor aflorar nos lábios e enviam um PRESENTE através do espaço e tempo. Incrível, mas ele chega e assim acredito que os que eu envio aos que amo chegam também. Todos os dias em que me lembro.
Em homenagem a todas as mães, principalmente às que me são mais próximas reproduzo abaixo uma crônica que escrevi já faz tempo.
Cada vez que perguntam o nome da minha mãe respondo “ELITA BLAUTH”. Quem me faz a pergunta se mostra surpreso, pois nos documentos consta outro nome. Demoro um pouco para entender que querem saber o nome da minha mãe biológica que é Erica Henkel Blauth. Ela morreu quando eu tinha cerca de cerca de 9 anos.
Pouco me lembro dela porque a partir do momento que comecei a registrar memórias ela estava quase sempre hospitalizada.A única imagem que ficou gravada em minha memória é dela sorrindo, muito bonita, cabelos negros, lisos e curtos, sentada na cama com os braços estendidos em minha direção. A cena toda é congelada, sem movimento.
Felizmente o pai achou e casou novamente com quem eu chamo de mãe até hoje. Pai foi sábio pensando em mim e meu irmão mais novo, nos recebendo em casa na manhã seguinte a do casamento. Lembro do pai de pijama de seda e bonito chambre, abrindo a porta da frente da casa num dia bem cedo. Abaixou-se para nós e disse que agora tínhamos uma nova mãe. Lembro-me bem de estar correndo para a cozinha onde uma jovem mulher, linda com peignoir maravilhoso, qual fada nos recebeu sorrindo e de braços abertos.
O abraço completou a magia da cena congelada no passado. Voltei a ter mãe desde então. Mora em Campinas no mesmo e ótimo condomínio da minha irmã mais nova.
Todas as minhas boas lembranças de infância começaram ali naquele momento em que o abraço das minhas mães me completaram.
Obrigado mãe por todo amor que nunca nos negaste até hoje. Mais dois irmãos vieram se juntar a nossa família. Pai já partiu há muito, mas tu MÃE ELITA está ai para ser abraçada e me abraçar.
Sempre que penso nisso também me sinto bem, me sinto em casa.
RICARDO garopaba BLAUTH
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Que lindo, quanta sensibilidade. Suas duas mães fizeram um excelente trabalho, porque você aprendeu a transformar sensibilidade em emoção.
Abraço e obrigada pelo pedacinho que me coube.
Um pedação CLARICE....
sobrou um pedação....
Bjs
ricardo GAROPABA
esta lindo,adorei mesmo vou seguir beijos :b
OBRIGADO ANA........sim venha sempre
Postar um comentário