O MAX VOLTOU

Há muito tempo, quando ainda morava e trabalhava na Aldeia das Artes, atelier-residencia por mais de uma década, tínhamos muitos cães e num determinado momento um macho, baixinho e troncudo de pelo curto e marrom, abandonado nas imediações, resolveu adotar nosso parque. Tentamos evitar que ficasse por lá, pois já tínhamos muitos, mas sua insistência nos venceu. Acabou se tornando o melhor amigo do Toby, macho alfa da matilha da Aldeia, onde até o canil era diferenciado. O novo componente do grupo recebeu instantaneamente o nome de Max, pois me lembrava certa pessoa do passado.

Hoje moramos em Garopaba, onde como disse o Toby, que veio junto, é rei do nosso espaço, pois com seu porte de pastor alemão cruza com collie, reina absoluto. Pelagem longa por todo corpo, especialmente no rabo, lembra um leão altivo. Está sempre atento apesar de sua idade avançada. há pouco tempo, solitário, resolveu adotar uma pequena gata que por aqui apareceu, como companhia.

Pois ontem visitando um amigo, ao nos despedimos em frente sua casa, na rua vimos o que parecia um pequeno filhote recém abandonado. Pelagem curta, cor marrom ouro com riscas pretas me lembraram imediatamente os cães da raça “cimarrão” muito comuns nos campos da fronteira do Brasil com Uruguai por onde cavalguei no Carnaval.

Foi amor a primeira vista. Chamado, veio faceiro ao nosso encontro. Resolvi adotá-lo como uma companhia ativa ao velho Toby em sua velhice. Trouxe-o para casa e, grata surpresa, a empatia com o filhote que trazia em minhas mãos, foi imediata. Em homenagem ao velho amigo que o Toby teve por muitos anos, vou chamá-lo de Max.

Bem-vindo Max redivivo. Que encontres aqui o que precisas e que possamos confiar mutuamente um no outro, assim como agora em que escrevo este texto, dormes um sono tranqüilo e morno sobre minhas pernas cruzadas.

RICARDO garopaba BLAUTH