segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
PROJETO TROPEADA
PROJETO TROPEADA
O ano 1999. Fim do inverno no Rio Grande do Sul. “PROJETO TROPEADA”. Recriar, registrar em telas, vídeo e fotos, uma das tradições gaúchas em extinção. O transporte de gado a pé. O trajeto escolhido, de Camaquã até a fazenda da família Borghetti em Barra do Ribeiro. Convidado, aceitei o desafio de registrar em telas o acontecimento. Durante três dias e três noites, acompanhei a tropa e os cavaleiros. Viajava com a equipe de apoio, colhendo cenas, registrando memórias. Ouvi causos, aprendi costumes. Conversei e ouvi muito com os que cultivam as Tradições.
Participaram os Cavaleiros da Paz, o músico Borghethinho. Lá estava também seu pai o Borghetão, tradicionalista ferrenho e o produtor Marcão Borghetti, um dos idealizadores da Tropeada. Não podia faltar num projeto como este o folclorista, poeta, compositor, apresentador de TV e rádio, Antonio (Nico) Fagundes, Veio acompanhado do compositor e cantor Elton Saldanha. Por fim a figura principal, o Tio Flor um dos últimos tropeiros ainda em atividade.
No passado chegaram a existir corredores, (taipas) feitos de pedras ligando o Sul com o centro consumidor em São Paulo, o que facilitava o trabalho dos tropeiros, contou-me o Tio Flor. O ritmo da tropeada é determinado pelo próprio gado. Paradas ao meio dia para aguada. A noturna é para alimentação e descanso da tropa.
Estas paradas oportunizaram tertúlias musicais e demonstração de dotes culinários. Tudo registrado nos painéis que criei. Neles coloquei tudo como vi, vivi, senti. Ouvi causos enquanto as carnes estavam sendo assadas. Ouvi também o som da gaita ponto do Borghethinho e as canções do Elton Saldanha. Até que cansados, todos foram dormir nos pelegos. No silencio da madrugada os sons da ruminação do gado Hereford que estava sendo tropeado.
Criei para o patrocinador, Banco do Brasil, antecipadamente, um desenho especial para ilustrar em camisetas o Projeto Tropeada. Estas foram distribuídas durante o show do Borghethinho, que encerrou o evento. Durante as duas semanas seguinte , com as imagens ainda frescas na memória, pintei os dois grandes painéis que hoje fazem parte do meu acervo particular.
RICARDO garopaba BLAUTH
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