FLORES QUE GIRAM
Quando chega o fim, ao corpo é dado destino, geralmente sepulturas. Alguém da família faz visitas periódicas levando novas flores para substituir as murchas e secas da visita anterior. Chegando então até o local a primeira visão sempre será deprimente. Flores sem viva como o ser sepultado abaixo. Tendo sido amado em vida, vivo permanece na lembrança e saudade dos que ficaram. Porque então ornar com flores que em algum momento vão perder o viço e se tornarem feias e deprimentes.
Um dia sentado a frente da lápide do ser que visitava de tempos em tempos deixou sua criança interior voar em sua imaginação, junto com a brisa que soprava. Viu então flores que poderiam ficar ali para sempre e vivas girar ao sopro do vento, alegrando o local.
Fez coloridos cata-ventos e os arranjou como um buque de flores e liberou-os a natureza. No mesmo momento sentiu correr em suas veias um novo calor e o coração bater mais rápido pois ali agora existia vida. E olhando para dentro de si viu seu moleque interior dando risadas balançando os pés soltos na brisa que movia as novas flores.
RICARDO garopaba BLAUTH
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